- Alô?
- Oi, adivinha? (Tsc...)
- Você chega que hoooras?
- Ok, daqui duas horas e pouco tô aí.
Ela já me conhecia. Maldito MSN. Maldito eu.
Ao chegar no hotel, arrumei minhas coisas, abri uma Schweppes Citrus e acendi um Marlboro Light. Que Delícia. Nem eu acreditava naquilo. Tomei um banho, liguei pra ela e depois de 40 minutos ali ela se encontrava. Ela estava de jeans surrado, camiseta branca da irmã de 8 anos estampada com a Piggy dos Mupets, Havaianas e cabelo preso por um hashi estilizado. Um aperto de mão puxado pra um abraço e um beijo sem querer na esquina do pescoço logo no primeiro ato de aproximação. Foi assim que foi. ‘’Você é mais baixo do que eu pensava!’’, ela disse. Eu só soltei ‘’você é mais cheirosa...”. E assim começou. Ela tinha lábios cor de chiclete e unhas cor de unha. Adorava aquilo. Eu tinha barba de duas semanas - porque sabia que era diferencial - e um perfume amadeirado. Daí pra frente eu descobri que artistas 70’s eram os melhores, espagueti à bolonhesa era piégas, Marcelo Camelo tinha aplicado um golpe de marketing, photoshop é um dom e que olhos puxados me ganham. Também aprendi que quando o suor embrenha os nossos cabelos, mas principalmente o dela, significa que a coisa tá boa. Que as nossas mãos, ao se apertarem reciprocamente, dá tanto prazer quanto um cafungo no pé do ouvido. Que loucura não tem nada a ver com peitar coisas inusitadas. Que pintou a ideia de me casar com alguém que eu mal sei qual é a banda favorita (desde que não seja Guns N’ Roses). Que ela eu não troco por ninguém, mas se ela me trocar eu não saberia dizer onde foi que errei. Pense bem, na maioria das vezes, o erro não é nosso.
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