Do Tártaro ao Óbvio é uma máxima premeditada, porém, de máxima não tem nada: não se encaixa e muito menos chega perto do que o significante realmente é. O prazer de escrever o que existe e o prazer de escrever o fantasioso me faz, às vezes, sair desse plano para um outro qualquer, não interessa qual, relevante é o aspecto/ forma que alma adquire através da simbiose do ser humano, celulose e grafite. O ‘’Tártaro’’ a que me refiro não é aquela placa se forma nos dentes...relaxe, sem porqueiras por aqui! Tártaro era a personificação do inferno, segundo a mitologia grega. Diziam os sábios gregos que lá estavam os mais ‘’adoráveis’’ de todos os adoráveis possíveis. Pra começar lá era vigiado por muitos Hecatônquiros: um monstro de 50 cabeções e 100 braços beeeem fortes (mas eram naturais, ou seja, sem Maioplex, Wheyprotein, Durateston ou Winstrol). Residiam Sisífo, que era ladrão e assassino; Ciclope, o feio de um olho só; Tifão, filho do próprio Tártaro; Ixíon, o primeiro homem a derramar o sangue de um parente e por aí vai...
Agora a pergunta: Porquêêê ‘’Do Tártaro ao óbvio’’?
Na minha atual sanidade mental consigo através do meu inferno (o ''Tartarinho'') chegar em sentenças óbvias, que de tão óbvias não eram possíveis serem vistas se mi persona estivesse pisando em ovos. Sacô? Felicidade efusiva deixa qualquer coisa muito azul, provoca cegueira crônica, causa descontrole dos movimentos corporais e outras coisas que te fazem enrubrescer só de pensar por alguns minutos. Como um bom estagiário de publicidade (ihá!), vou fazer desse buraco uma ferramenta de carga e descarga de pensamentos, o mural das situações infâmes do dia a dia, a sem-vergonhice das minhas letras anônimamente cantadas, o estado etílico que não me refuga companhia e tudo de mais clichê, démodé, plié e molho rosé possível.
Um verdadeiro escarrar de palavras turvas.