segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Feeling


Foi em um gesto simples que eu vi
Um chiclete de laranja e uma pegada por um triz
Uma viola, a luz dos olhos e a ponte que unia a luz dos olhos
Que em uma ponte de poucos metros, eram nossos
Todos pediram e eu dei, o melhor de mim
Um falsete, um lembrete, um sinal de que fazia sem pensar no fim

Em andares mais baixos, ao lado da grande concentração d’água
Eu vi, ali, a luz iluminando o espaço que te rodeava
E assim, vi sem precisar de copos
Que o que calava falava por si
A formosura se juntava e a noite iluminava
A simplicidade de simplesmente ser feliz

[se for pra ir de banheira, eu vou guiando!]

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Estalo!!!

Talvez a simplicidade seja a única via mais viável.

[Na minha nave toda colorida você pintou nas turbinas:
''Voa alto que eu também vou!'']

viu?

sábado, 13 de outubro de 2007

O Palhaço do Circo Imaginário


O palhaço do circo imaginário capengava entre seus sonhos e a realidade. A função de fazer as pessoas rirem transformou-se em objetivo de vida e as tristezas apagadas transformaram-se em sua benção. Ele, que teve uma infância difícil, de alimentos miúdos e dificuldades fatídicas, questionava a verdade do ser humano e até onde poderiam caminhar a bondade e a maldade de mãos dadas. E ele passava por caminhos estreito, para não dizer ‘’mal’’. A lona do picadeiro já se mostrava como sua epiderme e os trombones tomavam suas cordas vocais. Mãos, braços, pés e pernas embrenhavam-se em elásticos; cordas e chicotes de pouco em pouco afagavam toda a grandiosa estrutura circense.
Sua platéia, a partir de um certo momento, se repetia, como um só rosto num labirinto de espelhos. Suas risadas, suas palmas, o seu agito e a sua atenção soavam sempre da mesma maneira como em um unísono de uma flauta envergonhada. O palhaço do circo imaginário tinha amor pelo que fazia, mas o seu amor já não era o bastante para inspirá-lo a conquistar novos horizontes. Toda a sua alma e corpo estavam fadigados pelo descaso e os seus pensamentos iam mais longe que uma noite sem fim. Em um dia que, aparentemente , seria mais um passar de ponteiros e passos, recebeu uma visita de uma fã, uma espectadora que em algum dia pretérito teve a alegria de assistí-lo em um de seus milhares de espetáculos. Ele instalava-se em um quartinho improvisado que sempre era armado ao lado do circo em suas viagens e por mais transitório que fosse sempre era o seu quarto, seu aconchego, seu afago...
A moça, em um começo de um diálogo tímido, porém enfático, disse-lho que não entendia o porquê de da sua persistência em um circo que não lhe dava mais atenção, que causava-lhe constragimento e descaso - ela que percebera isso por trás da maquiagem e do riso amarelo, apesar de ao mesmo tempo o contundido homem estar entretendo o público. O palhaço do circo imaginário, que sumia de pouco em pouco encolhendo-se nos por dentro dos ombros, disse sufocadamente:
- É amor...
Então ela estendeu a sua mão clara, de aproximadamente 25 anos de idade e um tato jovial de uma pluma, e afagou seu rosto cansado das arapucas da vida. Um ato tão simples e tão sincero fez com que a alma do artista se elevasse e em segundos de milésimos; se sentiu um deus, uma lenda, uma pessoa de verdade, igual as outras, mas agora se sentia até mais que isso, ele fora amado e reconhecido por ser simplesmente por quem ele era! Que estupendo! Era como se o mundo acolhesse seus pés, como um cão que pede carinho. Conversaram muitos minutos após e a moça delicadamente foi embora, mas deixou um belo vestígio de si naquele canto da mente do alegre moço. Depois desse acontecimento os dois voltaram a se ver muitas vezes, ficaram amigos, parceiros e em conseqüência de tantas trocas de experiências, como se não bastasse, tranformaram-se num par único. O palhaço do circo imaginário ainda capenga entre seus sonhos, mas convenhamos que todos o fazemos, a diferença é que ao cair sempre existe uma mão com dedos e intenções únicas para levantá-lo. O palhaço do circo imaginário não se sente mais maculado entre o bem e o mal, porque, pra ele, somente a luz do picadeiro é suficiente, e luz é sinônimo de bondade. O palhaço do circo imaginário sou eu, é você, somos todos nós.

[a não expressão de um verdadeiro amor é o caminho mais curto para a tristeza]

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Nuvens do Acalento

esse feixe prateado
que veste os olhos nos fins tardios
quão divino o aconchego
de por ora, um coração ex-vazio

se te desse o meu gosto
cada doce desse terno
na leva repentina do desgosto
sentir-se-ia o antônimo do inverno

com mãos cansadas na areia
faço bolas molhadas de pensamentos
e o mar, tenro como sempre
as torna únicas n'um prévio acalento

se te dissesse como seria
tuas lágrimas, tua alegria
tua boca, teu pescoço
me diz: o que mais tu farias?
além de olhos d'água e um abraço esperançoso

eu sei, me alimento
do que não condiz e do tormento
do arriscar, ganhar ou perder
quão veemente têm de ser as palavras
para crer sem mesmo ver?

eu vou com passos suaves
saudade sem nome e sem corpo
me deixo e te levo numa covardia enorme
mas te prometo moça: um dia desses, eu volto.


[tempo, qualidade e quantidade correm cada um pra um lado, mas em certas situações, caminham juntos sem perceber]

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

[POFT] na Cara


18:30. Segunda-feira.

Hoje foi o tipo de dia que tira qualquer um do sério, mas não chega a matar. É foda. É difícil lidar com situações que travam corpo e mente, então o que acontece? PUFT! Você capota. Por mais que encarne e desencarne, ninguém vai receber o valor que tem (talvez nesse planeta, não). Faz tempo que eu tento escrever algo que eu tenha gosto de ler, mas parece que deu um bug aqui, ó, na cachola. Já são 3 rascunhos esquecidos no E:\Meus Documentos\Felipe\blog...e nada. Nada, peixe! Nada pra longe, pega uns tragos que talvez seja melhor companhia do que a própria silhueta. É incompreensivel como nós nos apegamos a traços e situações a ponto de deixar que qualquer coisa te leve a cometer o que não se espera. Tão inevitável. Óbvio, tudo isso no bom e no mal sentido, sempre! Até porque o bem e mal andam de mãos dadas.
Yin & Yang, Amor e Ódio, Água e Fogo, Batman e Coringa (sim! porquê não), Paraíso e Inferno. Um não existe sem o outro. É o grand finalle, que sempre contará com algum espectador.
Me mostre alguém puro que eu lhe direi quem és.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Síntese do Encontro

Assemelho todo o meu ópio a um arauto da explosão
Mas na minha mente exposta sinto a brisa do brio
Se o tato das palavras fossem facilmente surrupiadas,
Quando, não, induzidas e deleitosamente sentidas
Seriam o mais novo abrigo
De todos nós...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O Barco a Vela


Hoje é segunda-feira e o céu se põe debaixo do tapete! Não?!
Acordar, levantar, vestir, comer, transportar, andar, lembrar, começar...tudo de novo. Mas não significa que o que se repete todo dia seja ruim. Rotina é uma coisa - acordar, levantar, vestir, comer, transportar, andar, lembrar, começar o dia com as pernas leves e um botton de entusiasmo no peito - é outra (ultra melhor!). O que contribui para a expansão das pessoas são os gestos, as palavras, a sinceridade implícita, cada música e cada lembrança que ela trás consigo, um abraço, as jacas seguradas e as mangas chupadas, um sorriso escrachado, um tombo e uma mão pra levantar ou pernas e braços para te erguer por si só.

...

De vez em quando é fácil induzir o universo a conspirar a seu favor, basta saber pra onde que cada rua vai e saber para onde realmente se quer ir. Se a aventura for amiga do seu espírito, pegue uma rua diferente, vá pela que tem mais casas que prédios e mais crianças nos portões. Existem tantos caminhos pra chegar no mesmo lugar e o que me anima é que quanto mais crianças eu ver pela rua e menos eu prestar atenção na distância, que separa uma diferença de outra, mais rápido chegarei onde pretendo. Mesmo que seja preciso chutar um cachorro chato no caminho ou bater boca com a vizinha fofoqueira. Duas frases resumem tudo isso: 1) tudo é tão simples, a gente é que teima pracaralho em complicar. 2) todo ser humano tem um eu-infinito dentro de si.

O que importa é o que te faz abrir os olhos de manhã!

Descaradamente inspirado pelo Vanguart e por todas aquelas pessoas que me levam e que eu levo a todos os lugares.